NOME: HOSPITAL…SOBRENOME: CAMPO DE CONCENTRAÇÃO
HOSPITAIS REVELAM OS REAIS RISCOS, SOMENTE SENTIDOS AO CONTARMOS OS MORTOS
Se já não bastasse o sofrimento no atendimento na esmagadora maioria de hospitais em todo o país, agora pessoas são internadas em verdadeiros campos de concentração, similares aos da Alemanha Nazista.
Rio de Janeiro novamente dando exemplo para a sociedade de como agredir as pessoas e agora agredindo enfermos no Hospital Badim.
Hospital pega fogo e diversas pessoas são mortas pela fumaça do incêndio. Quem está acostumado a acompanhar nossos estudos, palestras e artigos técnicos sabe que a fumaça mata mais de 80% das pessoas nas ocorrências de incêndio.
Por enquanto são 11 (onze) os mortos encontrados. Quantos mais serão encontrados.
Como se já não bastasse a corrupção na área técnica recentemente descoberta, bem como as mortes de jovens jogadores do Clube do Flamengo além do incêndio no Museu Nacional. – Não chega não Rio de Janeiro?!?
É conhecido também que pessoas internadas em hospitais possuem sua mobilidade reduzida ou pior, nem podem se locomover sem colocar em risco sua vida (pessoas em centros cirúrgicos ou se recuperando em UTI´s).
Por isso estamos revisando a ABNT NBR 9077, Saída de emergência em edificações, onde mudamos definitivamente o foco para o que é mais importante, ou seja: a capacidade de mobilidade das pessoas e seu grau de conhecimento e de consciência. Características lincadas fortemente neste risco de edificações hospitalares. Para tanto, pessoas com mobilidade reduzida, por exemplo, poderão permanecer em seus quartos, outros, que podem se deslocar mas não com a mesma velocidade de pessoas sadias, deverão ser conduzidas para as denominadas áreas de refúgio. Tais áreas de refúgio deverão ser posicionadas nos andares. Ou seja, a área de refúgio não é a rua não, como vimos nas imagens estarrecedoras desse incêndio. É uma instalação compartimentada e até com controle de fumaça, para garantir que as pessoas não sejam agredidas pela fumaça tóxica do incêndio.
Não é de se estranhar que até o pessoal do Corpo de Bombeiros precisasse ser socorrido, segundo relatos, por conta da inalação de fumaça tóxica do incêndio. Isso já ocorreu aqui em São Paulo, quando do incêndio no Memorial da América Latina. Mais um motivo para que o Corpo de Bombeiros de São Paulo levasse a sério o assunto “Controle de fumaça”. Projetos ainda são aprovados sem tal exigência, principalmente para hospitais. Outros são aprovados com erros grosseiros por falta de capacitação profissional. Não vou nem falar das vistorias, que são feitas na correria e sequer conseguem identificar a utilização de produtos não certificados. Em outros casos, dispositivos são instalados e sequer foram construídos para serem utilizados como proteção contra incêndio. Em resumo, para todo lado que se olhe temos um caos instalado.
A nova legislação em vigor, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, privilegiou todas as edificações com tal exigência, alterando de 60 metros para 90 metros de altura. Não, vocês não ouviram errado não!! A exigência foi relaxada! Desde o Decreto 46076 de 2001 o Corpo de Bombeiros de São Paulo vem, sistematicamente, pisoteado e cuspindo neste critério que se mostrou tão importante neste incêndio no Rio de Janeiro, o “controle de fumaça”.
Agora, cabe aqui mais um alerta a todos os Comandantes dos Corpos de Bombeiros do Brasil, após vermos mais uma vez imagens degradantes e deploráveis das reportagens, com tantas mortes:
– Ao copiarem e colarem a Legislação do Corpo de Bombeiros de São Paulo, reestudem a questão “controle de fumaça” somente exigida para edificações acima de 90 metros de altura. Estão vendo no que dá tal irresponsabilidade?
Da mesma forma reestudem a implantação de sistemas de combate automatizados mais avançados.
Todo hospital necessita de requisitos basilares mínimos, tais como:
1-Rotas de fuga adequadas e áreas de refúgio;
2-Compartimentação vertical e horizontal;
3-Aviso rápido através de sistema de detecção e alarme de incêndio;
4-Controle de fumaça;
5-Sistemas automatizados do tipo “water-mist” de média e baixa pressão;
6-Plano de Emergência e treinamentos constantes.
A Rua não é área de refúgio, como vimos nas imagens, onde enfermos são amontoados como gado.
Espero que adotem o texto que estamos escrevendo da nova Norma da ABNT que trata do tema, muito mais responsável que a atual Legislação do Corpo de Bombeiros de São Paulo.